Dizer NÂO
O dia de uma engenheira, mãe e esposa...
É muito atribulado sim, quando trabalhava por conta de outrém, era muito mais fácil, mesmo com horário de sol a sol... quando assumimos a independência profissional, temos de assumir tudo o que a ela vem agregada. Os horários dos miudos, que me matam... quase que tenho uma agenda só para eles. Os clientes do ramo imobiliário, que não devo descorar, e acabam por me descontrolar a agenda que tanto preso, mas enfim, por mais que tente ter tudo bem planeado (ao minuto), um cliente, um telefonema mais longo, uma visita não prevista, mais uns emails como consequente... baralham-me toda.
Tenho o defeito e a dificultade do NÂO. Custa-me muito ouvir um NÂO, parece que até estremeço por dentro, sinto nervosismo. Mas também me custa muito ter de dizer NÂO a alguém. Seja um cliente daqueles que sei que não vai dar em nada, mas que me está momentaneamente a pedir opiniões, visitas, ou o que for... (eu sei, deveria dizer simplesmente.... olha, eu de momento não consigo ajudar, mas tenho um colega para quem o vou encaminhar...só que não... não há colegas a quem encaminhar ninguém), seja um cliente que tem um terreno que no novo PDM vai deixar se ser edificável, e precisa a todo o custo fazer alguma coisa a nivel de licenciamento, seja um cliente que está a construir e não está a correr bem com o construtor (ou porque entraram em conflito, ou simplesmente porque não conseguem criar empatia, e apenas existe a desconfiança)... seja que tipo de cliente for, quando me aborda com pedido de ajuda/ conselho, é porque já veio recomendado por alguém... e já sabe que não vou dizer NÂO.
Que raio de palavrinha tão pequenina e que me faz tanta diferença... NÂO. Porque NÂO?