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Bernardo e Margarida

Os dois príncipes do meu palácio. Fui mãe muito tarde. Andamos sempre à espera que seja a altura ideal, mas nunca é. Mas felizmente Deus deu-me um príncipe e uma princesa.

Bernardo e Margarida

Os dois príncipes do meu palácio. Fui mãe muito tarde. Andamos sempre à espera que seja a altura ideal, mas nunca é. Mas felizmente Deus deu-me um príncipe e uma princesa.

A desilusão ou tristeza?

29.12.23 | Alexandra

Hoje senti o que nunca tinha sentido nesta minha atividade paralela, a de consultora imobiliária. Andava a acompanhar um cliente que me tinha aparecido numa escala, na semana passada, que teria até 700mil máximo para investir... um senhor aparentemente de cinquenta e poucos anos, que falava inglês com sotaque, que depois ar dar o nome, percebi que era de origem espanhola.... ao sair da agência disse... "sou bom pagador"....sei lá eu o que queria dizer, mas lá foi.

Desde esse dia foquei-me em não deixar "escapar" este cliente. Todos os dias trocava whatsapp com links de imóveis, que inicialmente me mostrou no seu telefone um exemplo do que pretendia (uma moradia do norte, restaurada, em granito e madeiras, linda, tradiciuonal, isolada, sem vizinhos por perto... mas era no norte e não queria)... sempre nessa diretiva... esta semana enviou-me um link a pedir para agilizar visita. Claro que sim! mas era uma moradia que em nada tinha a ver com os requisitos iniciais... de uma agência externa. Contactei o colega, muito prestável ao telefone, iria enviar localização e mais informações... e até hoje nunca mais atendeu. Eu achei estranho... 

Hoje mandei mensagem novamente ao meu cliente...ao que me respondeu... acabei de comprar hoje a moradia...

Morri! Nem sei encontrar palavras para o sentimento que me consome. Vontade de insultar o colega.... revolta do cliente me ter "empatado" e ter ido diretamente, mesmo tendo-me pedido para tratar de tudo... que mágoa! Que desilusão! Se à dias planeava o ano de 2024 com mais dedicação à Remax, com mais dedicação aos clientes compradores, fazendo tudo para lhes dar um bom serviço e acompanhamento, mesmo que para isso tivesse de colocar em segundo plano a minha atividade principal... estava disposta a isso... mas depois desde balde de gelo, de este saco de espinhos, desta remoção de tapete... ainda por cima de uma agência da qual até tinha alguma consideração...! Estou desolada... triste...

Mas uma coisa sei... o colega falou de uma moradia em construção num determinado local próximo que conheço muito bem, à pois, quem vai à guerra dá e leva! Vou fazer tudo para encontrar essa moradia e esse construtor.

Que gente tão egoísta! Tão sem Ética!

"A viúva e o papagaio"

28.12.23 | Alexandra

Bom... além de atarefada em trabalho, o tempo a fluir entre os dedos, dois miudos em casa em férias escolares, o pai em casa com uma brutal gripe, a avó (SOS) também de gripe... a menina a dizer "mãe... ninguém brinca comigo"... o menino a "tentar" ler o livro "A viúva e o papagaio" que é um dos seus trabalhos das férias, em que a preocupação é chegar ao fim das 48 páginas, de preferência sem as lêr, e depois tem como TPC elaborar 10 questões sobre a história... problema enorme para quem detesta lêr. Claro está que estou a ler a história (ou o resumo dela) para conseguir entender e ajudar... com as 2 vozes de fundo (um a lêr em voz alta, a outra a reclamar de estar a brincar sozinha) lá vou respondendo emails e ... tento adiantar mais uns alçados de um projeto que me consome à semanas.

"....era uma terrível morte para um pássaro inocente..." e pergunto... então? que aconteceu? Ao que me responde... estou a ler alto para ouvires... não estás a entender?... ups... não estava a ouvir metade da leitura... tenho de ligar as antenas.

Em suma.... uma pequena história de vida de uma viúva pobre, que após a morte do irmão que lhe deixou de herança algum dinheiro, uma casa e um papagaio. Papagaio este que a ajudou a encontrar a fortuna enterrada nos escombros da casa (velha e quase devoluta) incendiada pelo próprio papagaio para evitar que a viuva se afastasse e fosse levada pelas correntes fortes do rio que esta tencionava atravessar... (...) voltaram para casa dela, e viveram juntos até à morte.

Simples não? 48 páginas para contar uma pequena história... 

 

Saudades do Natal

23.12.23 | Alexandra

Natal…

Este ano não se fez a tradicional árvore de natal. Este ano fez-se pela primeira vez... um presépio. Lembro-me tão bem de ser miúda e em conjunto com os meus irmãos e primos, andarmos no pinhal a apanhar musgo. Lembro-me de escorregarmos constantemente, do sol e espreitar entre os pinheiros, lembro de escolhermos um pinheirinho pequenino para a minha avó cortar e lavarmos…. Das plantas selvagens e dos fetos verde brilhante que ela escolhia com muito cuidado (no tamanho ideal) para fazer o contorno do presépio… e lembro-me das luzes de natal, das figurinhas do presépio, tudo muito bem alinhado e perfeitamente conjugado, junto à janela, onde na rua se avistava as “outras luzes de natal”, como dizíamos nós (as crianças), que eram as luzes da rua e das casas que os nossos olhos seguiam, com um brilho de felicidade, que nos dias de hoje não se consegue explicar. Foram momentos que ficaram… e já lá vão 40 anos… mas há memórias de criança que nunca se apagam (espero eu).

Hoje o Natal é diferente, é muito à base do consumismo, dos excessos de comida, dos excessos de hipocrisia, da amizade falsa (que só nos conhecem no natal)… mas sinto muito a saudade do natal pobre de antigamente, da felicidade de estarmos todos juntos só para ver as luzes de natal. Era muito muito diferente.

Hoje sinto o Natal melancólico, é uma época que não me diz muito mas que me cria ansiedade… sinto um frenesim interno, uma inquietude sem explicação, um desconforto… mas lá vamos fazer o esforço para que seja uma noite alegre e feliz, pois as crianças estão a criar as suas memórias, como em tempos também eu as criei.

Sejam felizes no Natal!

Desilusão

21.12.23 | Alexandra

Fui em busca de palavras para descrever uma só palavra "Desilusão".

A primeira frase que encontrei, no primeiro olhar... "a desilusão é a visita da verdade"... Fogo! Mesmo isso.

Tenho andado, como sempre, a 200 à hora, mas sempre atenta a tudo. Desde o acordar, ao deitar, nunca desligo, não consigo, e dou por mim concentrada num certo projeto de elevada responsabilidade (que me tem tirado o sossego), passando o pensamento pelos emails e contactos que tenho de fazer ainda hoje, e olho para as horas para me situar no tempo, para mentalmente gerir os minutos que faltam para ir buscar os miudos, levar à natação, ao futebol, preparar jantar.... e tantas outras coisas que uma mulher/mãe tem como atividade...

Além de ter uma profissao que tanto lutei, que me dá o benefício de não ter horário e estar sozinha (mesmo que isso também traga as suas desvantagens), mas também articulo com a outra profissão que é exatamente o contrário, lido com clientes, aos quais tento prestar o meu melhor serviço, e lido com colegas que infelizmente se comportam como concorrentes entre eles, mas isso a mim não traz qualquer desconforto, pois cada um vive e sente a vida como a escolhe viver. Tenho de lidar/ conviver com colegas de todo o tipo de feitios, todo o tipo de formação (ou a falta dela), todo o tipo de mentalidades e com tudo o que isso envolve. Como já mencionei algures, tenho o mau hábito de lêr as pessoas, e mesmo quando a primeira opinião não seja das melhores, nunca me impedi de deixar as pessoas darem-se a conhecer, e quem sabe, mudarem a minha opinião sobre elas. Tenho colegas que se queixam de outros colegas,... outros que criticam tudo e todos,... outros que nunca concordam com nada, tudo está errado, só eles estão corretos... outros que simplesmente são energia negativa, que invejam tudo e só não se autocriticam porque não têm inteligência suficiente para tal. Mas chegar à conclusão que aquele que até tinhas mudado a tua opinião, que até davas o benefício da dúvida... afinal faz exatamente como os outros... deixa-me triste, desiludida... não com essa pessoa, mas comigo... porque deixei... mesmo sabendo no meu subconsciente que sempre foi assim, eu só estava na esperança de não o ser.

Quando te fazem queixa de um determinado comportamento (concretamente... quando um colega rouba um cliente a outro colega), depois ouves palavras de rancor, de sede de vingança... "nunca mais vai ser igual... vai pagar pelo que me fez..." e depois... percebes que afinal tudo está igual, partilham toda a informação, partilham antecipadamente tudo como antes.... mesmo que a ti te digam o contrário... mas que afinal quem anda enganada és tu... que desilusão! Como me deixei iludir? Como achei que as pessoas são diferentes daquilo que sempre soube que eram?... Afinal as pessoas são o que são, não vale a pena dar o beneficio da dúvida. E nesta área de negócio, são (no geral), todos iguais... na sua maneira de ser e estar. Estou eu desenquadrada? Talvez... seja hora de mudar. Afinal... quem está mal muda-se certo!?

E pronto, mais um ensinamento da vida.

Casa de Ferreiro....

08.12.23 | Alexandra

Sou fã dos ditados populares, acho mesmo que todos fazem sentido, mesmo que numa primeira leitura e interpretação não pareça. Como diz um dos mais usados "casa de ferreiro, espeto de pau"... lá ando eu em obras em casa, pois nunca terminam, e desta vez é o recuperador de calor. Não foi pensado sequer na fase projeto, não fazia sentido na minha cabeça, tenho ar condicionado por toda a casa, aquecimento não falta... mas o Bernardo tanta vez que me moeu por não ter uma lareira... que lá fui eu ceder. Cedi numa das piores alturas do ano, que nunca recomendo a um cliente, a de fazer intervenções em coberturas na época das chuvas... e cá estou eu, em época de chuvas. "Faz o que eu digo, e não o que eu faço", é outro ditado popular que uso tanta vez, e assenta-me que nem uma luva.

Cá estou, sentada a trabalhar (sim, feriado e a trabalhar para ajudar os colegas com trabalhos atrasados), com as sacadas abertas, por onde sinto entrar este fresquinho maravilhoso dos 13º exteriores, ouço pássaros... e... no silêncio, entre o barulho das teclas, um ou outro carro a passar (deve estar caótico o transito por Alcobaça, a ruas das minhas traseiras está super cheia), e... que raio! ouço água... não tenho máquinas a lavar, não está ninguém a mexer em água... foco-me no som da água a correr... AHHHHH que maravilha!!!! é a água do rio que se ouve tão bem! acho que nunca tinha prestado atenção, e que bom que é sentir a água.... A VIDA!

Sem horas

06.12.23 | Alexandra

Um dia sem horas....seria possível? Funcionaria?

Não ter hora para acordar... apenas acordar quando o corpo sentisse que não precisava mais de dormir.

Não ter hora para comer.... apenas comer se houvesse fome, ou simplesmente não precisar de...

Não ter horários a cumprir... não haver crianças para acordar, não haver pequenos almoços para fazer, não haver mochilas para preparar, não haver horas para entrar na escola, não haver horas para sair da escola, não haver horas para atender clientes, não haver horas para ir à compras, não haver horas de dar banhos, não haver horas para fazer jantar... nada....

Não ter horas no relógio, não existir horas simplesmente... como seria? Não haveria dias?

Pois... estava a pensar no inicio deste texto, que sria bom não haver horas para nada.... mas agora já fico na dúvida... como se viveria sem horas? como saberia se estava atrasada, ou se ainda ia a tempo? como saberia que idade tenho? quando é natal? quando....? 

Bom, não dava.... nada mesmo, somos comandados pelo relógio, nem daria de outra maneira.

Dias de Inverno

04.12.23 | Alexandra

Dou por mim a pensar nos dias frios e chuvosos que temos tido. Gosto da transição do verão para o inverno, mas parece que não aconteceu este ano. De repente, larguei os vestidos de tecidos leves, as t-shirts, os calções... sem ter tido tempo de me preparar psicológicamente (a mim e às roupas, que coitadas ficaram meio apertadas e sobrepostas por casacos e camisolas, sem terem tido tempo de se arrumarem para os dias de calorzinho do próximo ano), porque o Inverno é uma estação triste (?).... sério? Não sei... tem dias que acho, sim... dias cinzentos, com chuva e vento a ajudar ao descontrole do guarda chuva, que insiste em se manter erguido, mas nem sempre triunfa (coitado). Tem outros dias que sinto necessidade destes dias frios, cinzentos... como eu por vezes me sinto. Não estou a lastimar, pelo contrário, sinto falta de dias tristes, porque preciso de ter companhia de vez em quando na tristeza, e nestes dias (nem sempre), sinto que tudo encaixa, tudo é perfeito. Fico alguns minutos, ou talvez horas, nesse sentimento estranho e anormal de quem não pode ser de uma pessoa normal. Olha agora gostar de dias tristes? Sozinha? Isolada? Sentir apenas e só o vento, que mais parece uma melodia violenta... Ouvir a chuva forte e assustadora (ai que esta chuva vai causar desgraças a alguém...)... e apenas perder-me sozinha nos meus pensamentos... no meu mundo imaginário e escondido. Sair de mim, olhar para mim, VÊR o que se passa à minha volta, analisar cada detalhe (ou não fosse eu pessoa de detalhes...). Faço poucas vezes este exercício de estar comigo nas sombras escuras da mente, nos medos, nos fracassos... Mas as poucas vezes que faço, curiosamente, é em dias tristes, que para mim não são nada tristes, são dias bastante iluminados.

Não questiono a pessoa estranha que sou... mas sou.