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Bernardo e Margarida

Os dois príncipes do meu palácio. Fui mãe muito tarde. Andamos sempre à espera que seja a altura ideal, mas nunca é. Mas felizmente Deus deu-me um príncipe e uma princesa.

Bernardo e Margarida

Os dois príncipes do meu palácio. Fui mãe muito tarde. Andamos sempre à espera que seja a altura ideal, mas nunca é. Mas felizmente Deus deu-me um príncipe e uma princesa.

Recados

31.10.23 | Alexandra

Ontem (ou outro dia qualquer), alguém me disse que eu tinha de conhecer a história do escorpião e do sapo... no seguimento de partilhas de opiniões, de feitios e comportamentos de cada um (no geral)...

No dia nem liguei, achei que era mais uma boca, entre tantas que não ligo... mas confesso que ficou aqui uma sensaçao de "recado", de "sinais" de que algo me estaria a escapar, e muitas vezes escapa, por andar tão atarefada, não intrometida na minha vida, que tudo e todos à minha volta me "escapam", por achar que as pessoas pensam como eu, mas não.

E talvez seja isso...

Moral da historia:

O sapo deveria estar ciente da natureza do escorpião e, portanto, devemos sempre estar cientes da verdadeira natureza daqueles que nos rodeiam.

Fiquei a pensar nesta história e no quão distorcida é a lição que ela transmite... Quem tem bom coração é culpado por confiar... por mostrar compaixão, por amar?... Enquanto o mau e moralmente ambíguo é desculpado? É apenas a natureza dele?... pois...é isso.

Encontrei isto algures sobre essa parábola:

"E vamos voltar ao ponto central da história, as naturezas de duelo dos dois animais, particularmente à ingenuidade simplória do sapo.

Ingenuidade ou fé? Fé na capacidade de alguém se redimir? Fé no espírito humano? (......) Considere isso: o sapo sabia que o escorpião provavelmente o picaria e ainda assim o escolheu. Por quê? Porque ele queria dar ao escorpião a oportunidade de se redimir ou provar a sua autoestima ou ... ele simplesmente não queria pré-julgar um indivíduo, pois como podemos condenar alguém por uma ação que ele ainda não cometeu?

Eu afirmo que estamos olhando para esta parábola do ângulo errado. Não é o sapo que está com defeito aqui. Ele fez o que deveria fazer - ajudar alguém em necessidade. São as ações do escorpião que precisam ser avaliadas. Ele picou o sapo, mesmo que o tenha matado no processo. Então, talvez, a moral da história deva ser - sempre lute contra seus instintos mais básicos, seu egoísmo, sua ganância, seu impulso interno autodestrutivo ou o que você tem, porque isso não apenas machuca os outros, mas também a si mesmo."

Gostei deste comentário e análise à parábola, que realmente tem, e terá, milhares de interpretações e questões com ou sem resposta.

Bom, talvez realmente me tenha sido dado um recado... e aceito! Obrigada.

Caminhadas

14.10.23 | Alexandra

Um sábado qualquer,

Mais um, entre tantos iguais...

Acordei relativamente cedo (tendo em conta que me deitei muito tarde) e fui fazer caminhada 1 hora, com uma colega... Verdade! Finalmente comecei a exercitar as minhas pernas e mente! Já é um princípio! Nada mau, para quem está no sedentarismo desportivo à perto de uma década, mas adiante, isso não importa nada.

As nossas caminhadas, além de fazermos algo pela nossa saúde fisica e psíquica, também é um bocadinho nosso para conversar, sobre tudo... E chego à conclusão que (quase) todas as pessoas que se aproximam de mim, vêm por alguma razão, como já fui referindo em posts anteriores. Ou porque se sentem confortáveis comigo, ou porque não têm tanta afinidade assim, e por isso seja mais fácil (dizem que mais facilmente desabafamos com estranhos...) de expor suas amarguras, suas inseguranças, seus problemas... e... ou... porque será essa a minha missão nesta minha passagem... que seja...

Também há situações que as pessoas não se aproximam por iniciativa própria, mas as circunstâncias da vida vão fazendo com que isso aconteça. Tenho o mau hábito de falar muito, sou um pouco tagarela (com quem quero), e por essa razão, acabo por ter uma tendência nata de atrair conversas e assuntos menos agradáveis, muitas vezes, pelo facto de ser curiosa e ter um bom sentido de observação e análise que quem se cruza comigo. Por vezes é mau, por vezes arrependo-me, por vezes gostava de voltar atrás (quando o assunto me encurrala na minha própria curiosidade) e não ter feito aquela pergunta.... ou ter feito aquela observação... que faz mudar tudo... tenho a chata tendência de tocar nas feridas sem que tenha essa noção ou intenção, mas quase sempre lá vou parar.

Tenho à minha volta muitas pessoas, as que lido quase diariamente, com muitos problemas... ou pessoais (solidão, conflitos familiares, tristeza profunda...ou uma enorme falta de motivação para tudo...), ou de saúde (parece que o cerco se está a apertar com a quantidade de doenças más que se estão a descobrir à minha volta). Sinto que carrego um pouco desses problemas comigo, e sinto que tenho de resolver isso.... por mim!

Vou ganhar coragem... vou (tentar) fazer Reiki... dizem que deveria... retirar estas "cargas" de cima dos ombros...

Vou ganhar coragem... vou (tentar) fazer ginásio... sei que deveria, pelas minha postura laboral, pela minha espandilose, por mim...

Mas... gosto muito de ser útil para quem me procura.

Gosto de sentir que confiam em mim.

Gosto de ajudar, sem saber que estou a fazê-lo... mas mais tarde sinto que o fiz...

E.... gosto de "estar sempre aqui".

Um menino sozinho

11.10.23 | Alexandra

Num dia qualquer...

Nesta aventura de fim de semana prolongado, num hotel gigantesco em Coimbra, onde trabalha uma imensidão de Pessoas (é mesmo com P grande), que têm um dom... uma doçura na voz... um talento inexplicável para falar com crianças, e cuidar delas... Brutal!!!! Mesmo!!!! Até o enfermeira Rui, o de maior idade, ar carrancudo, sem esboçar sorrisos, mas com uma calma inquietante na voz... que ao ouvir as perguntas e observações parvas do meu Príncipe, sempre lhe respondeu e explicou cada ato, cada tarefa, cada consequência da não tarefa. Também ficou a enfermeira Luísa, de rosto "trancado" mas com olhos lindos... que nas suas várias intervenções durante as suas 8h de acompanhamento, de 2 em 2, ou 4 em 4 horas, a máquina do soro apitava de aviso para a troca do recipiente de líquido... no caos que estava este serviço nestes dias de falta de pessoal... lhe explicava calmamente (mesmo com tantas outras crianças a aguardar) o que é, para que serve, os riscos e benefícios do apêndice... dizia no final... "não é um órgão que está a mais, não, ele tem a sua função ".

Excelente serviço o destes profissionais para com estas crianças! Mesmo! Nem se sente que é hospital... como diz o meu príncipe "este hotel é bom".

Tudo certo...mas confesso que uma coisa me deixou inquieta e desconfortável nestes 3 dias... 2 ou 3 quartos a seguir esteve sempre um menino de cerca de 2/3 anos, sozinho sem pai nem mãe... eram as auxiliares ou enfermeiras, que à vez, faziam companhia e cuidavam desta criança. Nunca vi a mãe ou o pai... mas ele, o Guilherme (toda gente nis corredores conhecia este menino, porque ele falava com qualquer pessoa que passasse à porta do seu quarto... correu estes corredores vezes sem conta... só o ouvia chorar quando lhe faziam tratamento. Hoje numa ida à máquina da comida, vi uma mãe de outra quarto a brincar com ele na salinha das atividades (pois, até um sonho de sala de brinquedos tem aqui)... porque será que esta criança está internada sozinha? Intriga-me isto!

Caminhos

08.10.23 | Alexandra

08 de outubro de 2023:

Tenho andado ausente, confesso, nem tempo tenho tipo para passar e deixar umas palavras.

Felizmente, algum trabalho na "linha de acabamentos", outros a entrar na "linha de produção"... sou tão grata por tanto! Pensar que andei tantos anos a ganhar coragem de me tornar "independente" profissionalmente! Afinal, é mesmo só começar e fazer sempre o nosso melhor... e ter o reconhecimento da parte dos clientes que recomendam a outros clientes! Ai! que bom! Sem exageros, cerca de 90% dos trabalhos que me surgiram desde outubro de 2022 (a data inicial) foram por recomendação... Que feliz que sou!

Pronto, ficou este desabafo de felicidade (com cansado extremo à mistura)... 

Mas... este fim de semana foi mais uma reviravolta à minha agenda, que tem uma creche de 60 crianças para abrir em Lisboa, e tinha tudo orientado para finalizar as maravilhosas MAP (Medidas de Autoproteção) para que a entidade exploradora possa seguir o seu rumo...e tudo atrasou (mais uma vez)... por melhor gestão de tempos que faça... há sempre contratempos.

Foi passado entre Centro de Saúde, e Hospitais com o meu Príncipe, até ao tão indesejado resultado de uma apendicite. Brutal não é? E como foi? Muito mau, muito angustiante... O Príncipe entrou em pânico quando percebeu que tinha de ser "picado" para levar anestesia... "mãe, como fazem para eu dormir? não vou sentir nada? e como é a agulha? e depois como acordo? ficas cá não ficas?..." e outras tantas perguntas que nem lembro... tremia descontroladamente, não se conseguia acalmar, gelou ao ponto de não ter sangue nas mão para a enfermeira (com a sua calma e descontração, este pessoal técnino nestes hospitais de crianças têm uma capacidade de lidar com eles brutal) conseguir encontrar uma simples veia... nada... parecia que nem havia sangue naquelas mãozinhas frágeis e pequeninas. O seu olhar ao ser levado, a dizer "adeus mãe", com a lágrima a correr no cantinho do seu olhinho cansado de 2 noites sem dormir... foi de cortar coração... (lembro da mana princesa quando fez a última cirurgia à 4 anos, no mesmo mês...o mesmo olhar). 

Hoje está a melhorar, é um menino responsável, muito medroso é certo, mas muito consciente da realidade que se adivinha.

.... parece que nunca acalma a velocidade do vaículo que percorre a minha vida... quando aparentemente surge alguns dias de aparente controlo e organização de tudo... parece que esse veículo é especialista em acertar num buraco ou ir contra uma árvore, ou sei lá eu o quê... e de repente a rota é desviada, alterada, ou simplesmente apanha um radar de velocidade e "obriga" a quase parar... 

Sempre me lembro de ser assim... todo o percurso que esse veículo já percorreu nestes 48 anos... com caminhos estreitos, com obstáculos, muitas curvas, muitos sinais de perigo ou de proibição... mas se o veículo não puder passar, irei a pé!

Fica o registo, para mais tarde recordar:

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