Há dias assim....

Aqueles dias que parecem ter 48 horas, mas que até deviam ter 72 porque não conseguimos fazer tudo o que era necessário...

Foi mais um dia normal de confinamento devido ao nosso novo inimigo covid. E porque é sábado, ainda acresceu às tarefas diárias normais (fraldas, telefone, computador, panelas, almoço, fraldas, computador, lanche, etc) as limpezas. Pois, a senhora que vinha fazer essa tarefa também está na casinha dela. 

E pronto, o dia correu a alta velocidade.

Todos dormem à horas. Eu agarrada ao computador a terminar mais uns desenhos e umas memórias descritivas.

Toca o telefone....toca várias vezes seguidas... O som de mensagem. Não fui ver se estava a tentar adormecer a Margarida, mas só tentei, que ela não quis. 

Quando agarro no telefone, que surpresa!!! Uma amiga que já não falava á muito tempo tinha mandado algumas mensagens. 

Falamos falamos (escrevemos) e passaram umas horas.

Não sabia dela á uns 2 anos. Falamos só de Vez em quando, vivemos em lugares distantes.

Soube que ela tem mais um problema de saúde, que vai controlar e passar... E ela soube que a Margarida nasceu com o problema da fenda. Ela não sabia. Eu não tinha certezas se ela sabia. Não dissemos a quase ninguém, só consoante foi sendo necessário.

Mas pronto.

Gosto muito dela, e sei que ela vai estar bem.

Fica um miminho que nada tem a ver com o conteúdo....

Coronavirus (ou sei lá)

Perdi a conta aos dias que estou em casa com as crianças, acho que são 21 dias, não sei bem. Para saber que dia é, tenho de ver no PC ou no telemóvel, ando perdida no tempo, mas deve haver muita gente como eu.

Não vale a pena lastimar, há muito boa gente bem pior que eu, mas tenho a sensação que não largo as panelas, aspirador, maquina da roupa, estendal, panelas novamente... com muitas birras e fraldas à mistura. Além disto, estou em teletrabalho, ou seja, o meu trabalho tem de ser feito na mesma, à noite claro, para o marido poder trabalhar (em casa também) alguém tem de "aturar" as crianças...nada fácil.

Durante o dia bem tento sentar no sofá, já que não dá para trabalhar com a Margarida ao colo todo dia (agarra-se às pernas, atira-se ao chão, faz altos dramas), mas não dá, acho que vou vende os sofás, nunca me sento neles e estão na sala a ocupar o espaço dos brinquedos, que coisa! Como posso colocar uma tenda, um barco, triciclos, e sei lá mais quantas caixas de bonecada numa sala de cerca de 30m2? Não dá!

Nestes dias tentei fazer um pao de ló por duas vezes, mas nunca calhou bem. Não gosto dele muito cozido, então tido antes de tempo e abate tudo...enfim, não sou boleira.

Mas... até quando será que vamos andar nesta vida estranha? Isto não é uma vida, parece um stand by das nossas vidas.

Tenho um feeling que este senhor silencioso que apareceu de pes de lã nos vai virar a vida do avesso. Já tenho dúvidas se devemos dar inicio às obras da "casa velha". Isto não vai ser muito pior que a troika? A troika foi entrando e saiu de leve...isto veio de repente e não sei se vai sair alguma vez.

Tenho medo. Meus tesouros são grupo de risco e não imagino que algo de mal lhes aconteça.

Bem...

A minha bela sala: