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Bernardo e Margarida

Os dois príncipes do meu palácio. Fui mãe muito tarde. Andamos sempre à espera que seja a altura ideal, mas nunca é. Mas felizmente Deus deu-me um príncipe e uma princesa.

Bernardo e Margarida

Os dois príncipes do meu palácio. Fui mãe muito tarde. Andamos sempre à espera que seja a altura ideal, mas nunca é. Mas felizmente Deus deu-me um príncipe e uma princesa.

Início da Primavera

23.03.19 | Alexandra

21 de março de 2019:

Tenho andado ausente, sem tempo para poder escrever algumas palavras que me faz tão bem... É a única maneira que tenho de exteriorizar os meus sentimentos, por incrível que pareça. Não tenho muitos amigos. Tenha muito poucos. Sou demasiado exigente com o conceito "amizade" talvez... Tenho colegas de curso, que alguns até considero amigos, mas estão longe e distantes, nestas nossas vidas a alta velocidade... ninguém tem tempo de visitar ninguém... enfim. Tenho colegas de trabalho, mas que são apenas isso. O espírito invejoso e competitivo que me rodeia nesse meio não me inspira a mínima amizade ou a sua possibilidade. É muito triste ter colegas de trabalho assim... mas é.

Enfim... não tenho muitos amigos... e por vezes sinto falta de escrever para mais tarde ler e recordar (ou simplesmente tentar esquecer alguns pensamentos).

Hoje foi dia das vacinas dos 2 meses da minha princesa. Uma viagem de 20 minutos para cada lado, um Sol maravilhoso, e viemos para casa... A princesa não pode adoecer de novo, ainda está a recuperar da bronquiolite, e tão perto do dia da cirurgia, não convinha nada adiar esse tão aguardado dia.

Saudade de poder passear na rua, ao Sol que tanto adoro.

Mas entretanto já vamos poder passear as duas pelas ruas da cidade e ficar sentada numa esplanada.

A Margarida já dorme, comeu muito pouco.. ainda não tem apetite.

O Bernardo dorme no outro quarto com o pai. Desde que nasceu a maninha que ele não quer dormir sozinho... é o miminho. 

Vou dormir um pouco. No máximo daqui a 2 horas é hora de fazer leitinho novamente... 

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Ups... este post ficou nos rascunhos...não percebo mesmo nada disto... 

Mudança de hábitos

12.03.19 | Alexandra

12 de março de 2019:

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Sou daquelas pessoas que gosta de ver ao vivo antes de comprar. Tocar, sentir a textura... e experimentar.

Isso era antes!!! E como se faz isso quando se está "ibernado" em casa? 

Temos de arriscar na internet... alguém que nos venha trazer a casa aquilo que tanto queremos (ou precisamos, neste momento é mais isso).

Já costumo comprar roupa para o Bernardo na net, mas para mim... é um risco porque cada marca tem um tamanho. Lá vou eu ao roupeiro ver qual o numero que costumo comprar desta marca. Por curiosidade no site eles (neste caso Zara) têm um questionario para nos dizer que numero vestimos, e cada referencia que clicamos aparece a sugestão do numero adequado... em alguns casos sugeriu-me um numero acima (eu sei que ainda não recuperei a forma, nem estou a fazer por isso...confesso). Ignorei... mas correu bem.

Recebi hoje. São peças de saldos, mas vinham com uma embalagem muito cuidada que me surpreendeu.

E pronto...

Vamos aguardar pela encomenda com as coisinhas para o dia do pai... estou um pouco espectante, pois esta coisa de comprar online... uuummmm... vamos ver se os tamanhos servem.

Pronto... foi tudo por agora.

Princesa doente

12.03.19 | Alexandra

12 de março de 2019:

A minha princesa está doente de novo... desta vez é bronquiolite. Dois mesinhos e poucos dias e já está a antibiótico, pois.... mas tem de ser, o pediatra dela diz que temos de a controlar e manter até ao dia da cirurgia para que nada tenha de ser adiado.

E pronto, esta princesa está a reagir.... toda entupida e a fazer um esforço enorme para respirar e beber o leite em simultâneo, mas está a conseguir comer, o que é bom porque não tem aumentado muito o peso desde o fim de semana que estivemos no hospital... ainda estava a "cozinhar" esta bronquiolite.

Agora dorme um pouco para descansar da canseira de beber o leite.

Enquanto isso fui à varanda do apartamento para ver o tempo para colocar o estendal na rua (sempre que posso evito a máquina de secar) mas está um dia cinzento 😬.

Vou dormir um pouco com a minha princesa.

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Hoje era dia de vacinas... tudo cancelado!

 

Aproveitar umas horas de folga

09.03.19 | Alexandra

Dia 9 de março de 2019:

Um dia de sol maravilhoso que até apetece sair, passear, apanhar a tão maravilhosa vitamina que o nosso país tem de tão bom.

De manhã o Bernardo foi jogar futebol com a sua equipe do ginásio... jogaram em casa, perderam, tadinhos... tão pequeninos, nem sempre sabem lidar com a derrota...mas faz parte do crescimento.

Enquanto isso nós as mulheres da casa ficamos na rotina do dia a dia (biberões , fraldas, choro.... e sorriso lindo que de vez em quando já ilumina os carinha linda da Margarida).

Depois de chegarem os homens da casa com o almoço para nós, é a minha hora de aproveitar para me cuidar... Vou ao cabeleireiro bem!!!!! Iupi!!!! Que saudades.... 😁😁

 Unem que Sol maravilhoso!!! Ou sou eu que já nem me lembrava deste brilho energético.

Enquanto isso, aguardo sentada na cadeira (está cheio o salão)... escrevo estas linhas e deixo aqui duas fotos desta manha.

Bom sábado!!!

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Cansaço

07.03.19 | Alexandra

07 de março de 2019:

É quase dia 8, dia da mulher...

Quase de certeza que amanhã vai ser apenas mais um dia de fraldas, biberões, choro, mais fraldas, mais biberões, mais... A rotina de um bebé de apenas 2 meses.

Dói-me a cabeça, muito. Dores fortes, talvez as enxaquecas a dar sinal. Normalmente umas horas a dormir e passavam, mas essas horas ultimamente são escassas.

Sinto o cansaço no corpo e principalmente na cabeça. O acumular de apenas dormir umas horitas quando a Margarida descansa, mas ela descansa tão pouco... logo o pouco descanso que me resta é em sobressalto, ou porque ela geme, ou porque ela chora, ou porque simplesmente acorda.

Sinto o cansaço que me tira a força para parecer que está tudo bem...

Mas vale muito a pena todo este sacrifício, por esta menina linda e o seu maninho.

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O início de tudo... fenda labio-palatina

06.03.19 | Alexandra

O inicio:

Como tudo começou... 

Tudo... a necessidade de criar um blog...

No dia 28 de Agosto de 2018, o mundo desabou... senti o chão a fugir como nunca tinha sentido. Estava apavorada. 

Tinha acabado de fazer a ecografia do segundo trimestre de gravidez, o Bernardo foi conosco, a médica disse entre dentes para que o menino não ouvisse (mas ouviu), "tem de falar com a sua médica para a orientar porque a bebé tem lábio leporino... tem o lábio aberto, etá a ver aqui?" e mostrou no ecrã onde todas aquelas manchas a preto e branco me custavam a perceber o que estava a ver em concreto. Nunca tinha ouvido essa palavra, lábio leporino, que raio é isso? Lógico, assim que entramos no carro estacionado a poucos metros, internet conosco.... Assustador as primeiras imagens que vimos.

Telefonei à médica, que não atendeu (o som da chamada era estranho). Mandei mensagem a dizer o resultado, e ela devolveu passado alguns minutos o telefonema. Ela estava de férias, mas após ler a minha mensagem já tinha telefonado para Coimbra a marcar uma amniocentese de urgência (parece que são procedimentos nestes casos, para despiste de mais algums coisa). Ao telefone disse-me "você não é obrigada a fazer, ninguém pode obrigar a fazer este exame pelo risco que ele tem para o bebé, mas acho que deveria faze-lo, e se assim o entender, já está marcado para amanhã de manhã". Claro que eu iria faze-lo, se é recomendado porque não? Acredito na Mãe Natureza, ela sabe o que faz.

No dia seguinte lá estávamos nós. Inicialmente fizemos nova ecografia minunciosa. O médico verificou tudo o que era possivel verificar. Disse que não via mais nada detectável, mas isso não queria dizer que não houvesse, pois qualquer bebé pode nascer com problemas que são impossiveis detectar nestes exames... e de seguida foi a amniocentese. 

Estes minutos a olhar atentamente para os ercãs e a ouvir o que os médicos falavam entre eles, foram enormes... o medo apoderou-se de mim naquele momento. Medo de ouvir mais alguma coisa menos boa. Medo de não saber o que fazer. Medo de não saber o que me esperava. Medo, medo, medo... como não me lembro de ter sentido antes. O resultado da eco... além de lábio leporino que nunca tinha ouvido falar, vem a novidade pior ainda que era fenda labiopalatina... ui... que é isso? Além do lábio aberto, também o céu da boca (palato) estava aberto. 

Vocabulário novo nas nossas vidas. Não fazia ideia o que era palato, muito menos que existia palato mole e palato duro...pois é.

As semanas seguintes de espera dos resultados pareceram meses... a ansiedade e o desconhecimento era aterrorizador.

Pesquisei dia a noite sobre este assunto... Li muitos documentários de médicos... Li muitas conversas de mães (nos foruns)... Li e reli montes de coisas, e quanto mais lia mais assustada ficava.

Na minha cabeça estava decidido, queria abortar. Mandei email para o hospital onde estava a ser acompanhada a solicitar isso mesmo, se teria direito ou não, pois já estava nas 23 semanas e por lei o máximo são 24 e os resultados chegariam depois disso. Marcaram logo consulta de esclarecimento.... mas não fiquei nada esclarecida. "ah e tal.... no fim vai ficar tudo bem... pode ter problemas de audição, pode ter problemas de fala, de dentição...mas depois fica bem..." Pois... sim... porque não são vocês, porque não é vosso filho, era o que me vinha à cabeça constantemente.

Veio o tão aguardado resultado com a resposta "negativo", ou seja, não era malformação cromossomática, pois caso fosse teriamos a opção de aborto. Era apenas uma malformação congénita. Uma média disse... "todos nós podemos ter um acidente e ficar assim, ter uma fissura no maxilar..." e como tal, direito a abortar estava fora de questão, pois não era uma deficiência.

Só nos restava adaptarmo-nos à ideia, aceitá-la e aprender a viver com ela.

Passaram uns meses sem que contássemos a ninguém (da familia), porque no local de trabalho tive de contar, notava-se na minha cara que algo estava errado. Mas todo o apoio foi oferecido sem grandes questões e com respeito pela situação. "Se precisares ir para casa... se precisares de alguma coisa, não precisas estar a fazer sacrifícios em estar aqui a trabalhar, vai..." disse o boss... que me supreendeu pela positiva.

Foram meses de grande tristeza. Mas eu queria tanto este bebé, e principalmente sendo uma menina tão desejada pela família, porque raio tinha de acontecer isto? Era impossivel não questionar... e sabendo que só havia duas razões para acontecer... ou genético (não conhecemos ninguém da familia com este problema) ou alguma coisa aconteceu durante aquelas semanas de gravidez (e era aí que me pesava a consciência e o sentimento de culpa...)

Como estava em gravidez de risco porque já tinha contrações desde as 26 semanas, teriamos de contar à familia a partir da semana 32, que era quando o risco terminava e poderia nascer a qualquer momento. Foi o tempo necessário para irmos ouvir 3 opiniões em diferentes hospitais. Foi o tempo necessário para aceitar e compreender o que estava a acontecer e o que aí vinha.

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Uma noite no hospital

06.03.19 | Alexandra

4 de março de 2019:

A Margarida já dorme, um sono sobressaltado mas que espero ser apenas isso... "oxalá a febre não apareça novamente" surge no meu pensamento de forma automática. São 23:55, à 24h atrás estávamos as duas no hospital a aguardar resultados, depois de lhe terem tirado sangue, colhido urina (isto foi difícil pois a Margarida decidiu não fazer chichi por mais de uma hora, mas depois lá vi o líquido amarelado a correr dentro do saquinho transparente) e feito um raio x.

A resposta desses resultados foram dados por meias palavras... "vai ficar internada para observação" disse uma das médicas "o resultado da urina numa primeira análise rápida deu negativo, embora sem certezas" acrescentou ela enquanto eu apenas ouvia e nem sabia bem o que perguntar ou sequer se estava a perceber bem a informação que me estava a ser transmitida. Lá fomos para o quarto logo ali ao lado, colocámos as coisas na bancada de apoio, e a enfermeira disse "você tem esta cadeira que se deita para dormir"... pois sim,... que noite que vem aí...

A Margarida bebeu o leite numa rapidez rara, estava faminta e cansada de tanto chorar e do desgaste que o estado de febre provoca. Foi uma noite sem descanso pelo constante barulho dos passos e vozes da enfermeira que vinha constantemente verificar a febre da Margarida e da outra bebé da cama do lado (Eva de 3 meses que mal conseguia respirar) e pelo desconforto da cadeira/cama. E foi assim  a nossa noite passada, a primeira da Margarida num hospital (exceto quando nasceu).

Neste momento coloco mais uma vez a minha mão na testa dela para sentir a temperatura... está bem... continua a dormir (graças a Deus parece estar bem).

Os olhos pesam, o cansaço da noite passada, acrescido das noites de pouco descanso desde o seu nascimento, já estão a dar de si.

Vou dormir um pouco, se a Margarida não acordar antes, daqui a duas horas estou a levantar para ir buscar mais um pouco de leite para a Margarida.

Até já...

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